sábado, 20 de abril de 2019

Sábado de Aleluia


     Sábado de Aleluia

     Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
     A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado.
     Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: “nós o experimentávamos…”, diziam os discípulos de Emaús.
     Mas não é um dia vazio em que “não acontece nada”; nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, assim como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa; calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal.

     Vigília Pascal

     A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiquíssima tradição judaica (Ex. 12,42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc 12,35s), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

     A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

     Preparação do Círio
          Mediante este rito singelo a Igreja reconhece a dignidade da criação que o Senhor resgata. O fogo novo é abençoado, depois, toma-se parte do carvão abençoado e coloca-se no turíbulo.
     Na sequência, ao gravar no Círio as letras gregas Alfa e Ômega e as cifras do ano em curso, o celebrante proclama: “Cristo ontem e hoje, / Princípio e Fim, / Alfa / e Ômega. / A Ele o tempo / e a eternidade, / a glória e o poder / pelos séculos sem fim. Todos: Amém”. O celebrante termina acendendo o Círio com o fogo novo, dizendo: “A luz do Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e nossa mente”.
     Após acender o Círio que representa Cristo, avança a procissão dos ministros. Enquanto a comunidade acende as suas velas no Círio recém-aceso, se escuta cantar três vezes: “Eis a Luz de Cristo”, e todos respondem: “Demos graças a Deus”.
     Em seguida é proclamada a grande Ação de Graças. Seu tema é a história da salvação resumida pelo poema.
     
     Liturgia da Palavra
     Nos apresenta uma série de leituras bíblicas, que nos narram etapas importantes da História da Salvação, para depois se concentrar no Mistério de Cristo.
     A melhor explicação para essa parte é a que nos deu o próprio Cristo quando fala aos discípulos de Emaús: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.” (Lc 24,27)
     Após as leituras, a exclamação: “Cristo ressuscitou!” Canta-se o “Glória”.
     Ouvimos então a leitura da Carta de São Paulo aos romanos, o Evangelho (Mc 16,1-7) e Homilia.

     Liturgia Batismal
     É abençoada a água que é símbolo da vida nova recebida no batismo. São chamados os catecúmenos (não batizados), que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se então a renovação dos compromissos batismais por todos e o celebrante faz a aspersão com a água abençoada em todos os presentes, como recordação do batismo.

     Liturgia Eucarística
     A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano, mais importante que a do Natal ou da Quinta-feira Santa. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do Seu Corpo e do Seu Sangue, como memorial da Sua Páscoa.

     Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine à aurora do Domingo.
A missa, ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

     A Solene Celebração da Vigília Pascal na nossa Igreja teve início às 19h com bênção do fogo e do Círio Pascal na frente da antiga capela e foi presidida por Mons. Gustavo José Cruz Auler  auxiliado pelo Diácono Hélio Júnior. Na sequência, procissão silenciosa pela rua até a quadra, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística.

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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Sexta-feira Santa - Paixão de Cristo


     Enquanto o Esposo dorme, a esposa se cala. Assim, na Sexta-feira Santa a Igreja não celebra os Sacramentos. Debruça-se totalmente sobre o sacrifício da Cruz por meio de uma Celebração da Palavra de Deus. Neste dia, a Liturgia deseja beber diretamente da fonte. Abre a celebração num gesto de humildade, sem música, pois é a continuação da celebração de quinta-feira. Os ministros prostram-se em silêncio diante do altar e, em seguida, o celebrante, sem mais, diz a oração do dia.
     Segue-se a Liturgia da Palavra, onde se destaca a proclamação da Paixão de Jesus Cristo segundo João (Jo 18,1-19,42). Nela aparece o Cristo Senhor, o Cristo Rei, o Cristo vitorioso que vai comandando os diversos passos da Paixão. Entrega-se livremente, faz os guardas caírem por terra e, depois de tudo consumado, entrega o espírito ao Pai. Na morte Ele é glorificado. Submete-se à morte para deixar-nos o exemplo de reconhecimento de nossa condição humana de criaturas mortais. Na Liturgia da Palavra, a Igreja curva-se sobre o mistério da Cruz.
    A resposta é dada em três momentos. Temos, primeiramente, a Oração universal, realmente ecumênica. A Igreja pede que a fonte de graças que jorra da Cruz atinja a todos. Vai, então, alargando suas intenções. Reza pelo Papa, os bispos e todo o clero, os leigos e os catecúmenos; pela unidade dos cristãos, pelos judeus, pelos que não creem em Cristo, pelos que não creem em Deus, mas manifestam boa vontade, pelos poderes públicos, por todos que sofrem provações.
     Tendo acolhido a todos no amor reconciliador de Cristo, a Igreja enaltece a árvore da vida, que floriu e deu fruto, restituindo o paraíso à humanidade. É o rito da glorificação e adoração da Cruz, seguido do ósculo.
     Finalmente, ela se atreve a comer do fruto da árvore, o Pão vivo descido do céu, a Sagrada Comunhão como prolongamento da Missa da Ceia do Senhor.
     Neste dia, novamente, não há rito de bênção e envio. Cada participante é convidado a permanecer com Maria junto ao sepulcro, meditando a Paixão e Morte do Senhor até que, após a solene Vigília em que espera a ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, que transbordarão por cinquenta dias.
     Na Liturgia das Horas e na piedade popular tem início a celebração da Sepultura do Senhor. Temos o descendimento da Cruz, seguido da Procissão do Senhor morto, na esperança da ressurreição. Na Liturgia das Horas, merece especial atenção a leitura patrística, em que se narra o enternecedor diálogo entre Cristo, que desceu à mansão dos mortos, e Adão.

      A celebração foi presidida por Mons. Gustavo José Cruz Auler auxiliado pelo Diác. Hélio Pereira Machado Júnior.

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     P.S.: Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à Santa Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, nosso coração e nossa mente ultrapassam aquele madeiro, ultrapassam o crucifixo, ultrapassam mesmo o local onde estamos, até encontrarmos com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus; é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início e final de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali; é como beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. Ao reverenciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, sabermos que foi através da Cruz que fomos salvos. 

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Quinta-feira Santa - Ceia do Senhor - Lava Pés


     Quinta-feira Santa, Quinta-feira de Endoenças ou Grande e Sagrada Quinta-feira é a quinta-feira que antecede a celebração da morte e ressurreição de Jesus. É o quinto dia da Semana Santa no cristianismo ocidental e o sexto no cristianismo oriental (que conta também o Sábado de Lázaro, anterior ao Domingo de Ramos). É neste dia que se celebra o lava-pés e a Última Ceia de Jesus com seus apóstolos segundo o relato dos evangelhos sinóticos.
   A liturgia utilizada na noite da Quinta-feira Santa encerra a Quaresma e dá início ao chamado Tríduo Pascal, o período que relembra a paixão, morte e ressurreição de Cristo e inclui a Sexta-feira Santa e o Sábado de Aleluia.
     Nas Igrejas Catedrais de todo o mundo, em cada Diocese, os Bispos celebram a Santa Missa com todos os padres (chamada de Missa do Crisma), onde são abençoados os óleos que serão usados durante o ano; o óleo para o Sacramento da Unção dos Enfermos, o óleo dos Catecúmenos usado para ungir os que serão batizados e o óleo do Crisma que será usado para ungir as mãos dos Sacerdotes que serão ordenados naquele ano e a testa dos jovens a serem crismados.
     A missa nas paróquias neste dia é geralmente celebrada no final da tarde, o início da sexta-feira de acordo com a tradição judaica, e relembra o fato de a Última Ceia ter sido uma refeição da Páscoa judaica (“Sêder” para os judeus).
   É a última Missa a ser celebrada antes do Sábado de Aleluia. Algo profundamente significativo nesta liturgia, pois celebramos a “Santa Ceia”, onde Nosso Senhor instituiu a Eucaristia (Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,14-20). No momento da Consagração acontece a Transubstanciação, onde o pão e o vinho se tornam verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Cristo.
     No Evangelho de São João não temos essa narrativa, mas sim a consequência dela, que é o serviço ao próximo, o Lava Pés (Jo 13,1-17), também relembrado durante a celebração. Nessa noite da Ceia Pascal, o Senhor lavou os pés dos discípulos; fez esse gesto marcante, que era realizado pelos servos, para mostrar que, no Seu Reino, “o último será o primeiro”, e que o cristão deve ter como meta servir e não ser servido.
     A celebração desta noite é diferente de todas as outras, pois não se concluirá com a bênção final. Este é um dos sinais de que ela não se encerra, pois continuará na celebração com a Ação Litúrgica da Paixão na sexta-feira e na Vigília Pascal no sábado, quando então celebraremos a Ressurreição de Jesus.
     A Reserva Eucarística é transladada solenemente e guardada em um lugar à parte, para ser usada na Sexta-feira Santa; e o altar é desnudado simbolizando a denudação de Cristo antes de sua crucifixão.
   Na Igreja Jesus Eucaristia a Santa Missa foi presidida por Pe. Glauberto Alves de Oliveira, auxiliado pelo Diác. Hélio Pereira Machado Júnior.

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domingo, 14 de abril de 2019

Domingo de Ramos


     A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”.
     Do outro lado da cidade entrava o cortejo militar de Pôncio Pilatus, que residia em Cesareia Marítima, mas se deslocava para Jerusalém durante os festivais judaicos com o propósito de manter a ordem na Jerusalém abarrotada de peregrinos que vinham celebrar a Páscoa. O desfile de Pilatos personificava não apenas o poder imperial, mas também a teologia imperial romana - segundo a qual o imperador não era simplesmente o governante de Roma, mas o filho de deus.
     A entrada de Jesus foi um cortejo oposto, combinado, planejado antecipadamente por Jesus, cujo significado era bem claro para os judeus, que tão bem conheciam o texto de Zacarias 9,9s (“Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.”)
     Portanto, a entrada triunfal de Jesus foi uma entrada anti-imperial, anti-triunfal, uma sátira deliberada do imperador conquistador entrando numa cidade a cavalo, através de portões abertos numa submissão desprezível.
     Há poucos dias o povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que esse era o Messias anunciado pelos profetas, mas, esse mesmo povo tinha se enganado com o tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.
     Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, e sim o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, Jesus entra na grande Jerusalém montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo!
     Dessa forma, o Domingo de Ramos dá início à Semana Santa, que mistura os gritos de Hosana (Salvai-nos) com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

      Mensagem de nosso amigo Diácono Hélio Júnior:
     “As comunidades da Matriz e Igreja Jesus Eucaristia, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e São José, celebraram juntas este Domingo de Ramos, com a Celebração Eucarística na Praça do Trem, iniciada com a benção dos ramos em cada uma das comunidades, seguida de uma linda procissão pelas ruas de nosso bairro, dando um belo testemunho de Unidade e Amor pelo Reino de Deus.
     Foi emocionante ver as duas comunidades se encontrando, para juntas, aproximadamente 1200 pessoas (segundo a Superintendência do Méier), formarem uma única Comunidade, caminhando, testemunhando o seu amor a Jesus Cristo.
     Agradecemos a TODOS os Agentes de Pastoral e fiéis que, generosamente, trabalharam e ajudaram para a realização desta Santa Missa.
     Agradecemos à Superintendência Regional do Méier, na pessoa do Superintendente Alexandre Souza e ao Administrador da XIIIª Região Administrativa, Rodrigo Guedes e nossa amiga Aparecida Fiks, pelo apoio e presença na Santa Missa.
      Vamos participar com muita fé e oração essa Semana Santa, participando das celebrações, para exultarmos de alegria pela Páscoa do Senhor Jesus.”

     Na IJE a procissão teve início na frente da antiga capela, onde aconteceu a bênção dos ramos. Saindo em direção à Estação do Engenho de Dentro, se juntou à procissão vinda da Matriz, seguindo juntas para a Praça do Trem, onde aconteceu a celebração da Santa Missa, que foi presidida por Mons. Gustavo José Cruz Auler, concelebrada por Pe. Glauberto Alves de Oliveira, auxiliados pelo Diác. Hélio Pereira Machado Júnior.

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