A palavra Páscoa vem do hebraico “Pessach”
e significa “passagem” e era vivamente comemorada pelos judeus do Antigo
Testamento.
A Páscoa que eles comemoram é a
passagem do mar Vermelho, que ocorreu muitos anos antes de Cristo, quando
Moisés conduziu o povo hebreu para fora do Egito, onde era escravo. Chegando às
margens do Mar Vermelho, os judeus, perseguidos pelos exércitos do faraó,
teriam de atravessá-lo às pressas. Guiado por Deus, Moisés levantou seu bastão
e as ondas se abriram, formando duas paredes de água, que ladeavam um corredor
enxuto, por onde o povo passou. Jesus também festejava a Páscoa. Foi o que Ele
fez ao cear com seus discípulos.
Há muita confusão sobre o que o
Domingo de Páscoa significa. Para alguns, o Domingo de Páscoa é sobre o coelhinho
da Páscoa, ovos de Páscoa coloridos e caça ao ovo. A maioria das pessoas
compreende que o Domingo de Páscoa tem algo a ver com a ressurreição de Jesus,
mas está confusa quanto à forma em que a ressurreição se relaciona com os ovos
e o coelhinho.
Biblicamente não há nenhuma conexão
entre a ressurreição de Jesus Cristo e as tradições modernas relacionadas com o
Domingo de Páscoa. Essencialmente, o que ocorreu é que, a fim de tornar o cristianismo
mais atraente para os não-cristãos, a antiga Igreja Católica Romana misturou a
celebração da ressurreição de Jesus com as celebrações dos rituais da
fertilidade que ocorriam na primavera. Estes rituais de fertilidade são a
origem do ovo e das tradições do coelho.
Cristo, ao celebrar a Páscoa na
Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo
e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o
mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A festa da Páscoa é, antes
de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição
de Jesus depois de sua morte, consentida por Ele para o resgate e a
reabilitação do homem caído.
Páscoa é vitória, é o homem chamado
à sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão
injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz? Pela
vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com
tanta desumana crueldade?
Este é o dia da esperança universal,
o dia em que em torno do ressuscitado, unem-se e se associam todos os
sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade
humana violada, a vida humana desrespeitada.
A Ressurreição nos revela a nossa
vocação cristã e nossa missão: aproximá-la de todos os homens. O homem não pode
perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?
A proclamo? Creio em minha vocação e vivo a missão cristã?
O pontificado de Papa Francisco
marca uma “Igreja em saída”:
“Saiamos, saiamos para oferecer a
todos a vida de Jesus Cristo! Repito aqui, para toda a Igreja, aquilo que,
muitas vezes, disse aos sacerdotes e aos leigos de Buenos Aires: prefiro uma
Igreja acidentada, ferida e enlameada, por ter saído pelas estradas, a uma
Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças.
Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num
emaranhado de obsessões e procedimentos”. (Evangelii Gaudium 49)
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