quinta-feira, 8 de junho de 2023

Festa de Corpus Christi


Corpus Christi

A festa de Corpus Christi acontece sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa e foi instituída pelo Papa Urbano IV.

Tudo começou quando a freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon ou Juliana de Liège (Retinnes, 1193 – Fosses-la-Ville, 5 de abril de 1258 – canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII), que havia entrado com 15 anos para o convento de Mont Pelliers, afirmou, em 1209, com 16 anos, que havia tido visões em que Cristo lhe mostrava o desejo de que a eucaristia fosse comemorada em grande forma. Nessas visões, a lua cheia aparecia com uma mancha preta no meio, indicando a ausência da celebração. Em 1230, confidenciou estas visões ao arcediago de Liège, Cônego Tiago Pantaleão, que viria a ser o papa Urbano IV. Após esse relato, a festa passou a ser celebrada em Liège.

Aconteceu então em 1264 o que ficou conhecido como o Milagre de Bolsena. Quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, que tinha dúvidas quanto à presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração (pano onde se apoiam o cálice e a patena durante a Missa).

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde também vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em grande procissão em 19 junho de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi” (Corpo de Cristo); foram então levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico de que se tem notícia.

Posteriormente, o papa Urbano IV, dois meses antes de falecer, com a Bula “TRANSITURUS DE HOC MUNDO” em 11 de agosto de 1264, instituiu a festa de Corpus Christi, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.

Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou de escrever o ofício - o texto da liturgia - a São Boa-ventura e também a São Tomás de Aquino. Conta-se que quando o Pontífice começou a ler, em voz alta, o ofício feito por São Tomás, São Boa-ventura o achou tão bom que foi rasgando o seu em pedaços, para não concorrer com o de São Tomás de Aquino.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa; mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 foi promulgada uma recompilação das leis - por João XXII - e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adotaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida, a partir da Bélgica, entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade. Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.

Finalmente, o Concílio de Trento declarou que, muito piedosa e religiosamente, foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, em determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Dessa forma, os cristãos expressam sua gratidão por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quanto ao costume do tapete, teve origem em Portugal e chegou até o Brasil trazida pelos imigrantes açorianos. Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares onde chegaram seus imigrantes. Tradicionalmente confeccionados de serragem e sal coloridos, empregam nos dias atuais uma gama de materiais, tais como borra de café, areia, dolomita, flores, sementes, farinhas e outros. Esse costume visa recordar a entrada de Jesus em Jerusalém, quando o povo cobre o chão com ramos e suas capas para a Sua entrada na cidade.

A procissão de Corpus Christi nos lembra também a caminhada do povo de Deus, peregrino, com a Arca da Aliança, em busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento nos diz que o povo peregrino foi alimentado com maná no deserto. Com a instituição da Eucaristia por Jesus o povo é alimentado com o próprio Corpo de Cristo, seguindo a caminhada em direção à Nova Jerusalém, descrita por João no Livro do Apocalipse.

A Igreja Jesus Eucaristia organizou a festa do seu padroeiro nessa quinta-feira dia 8 com missas, procissão e barraquinhas com comidas, doces, bebidas e muita diversão.

A Santa Missa das 8h foi presidida pelo Pároco, Mons. Gustavo José Cruz Auler, auxiliado pelo Diác. Hélio Pereira Machado Júnior. Na sequência aconteceu a procissão de Corpus Christi pelas ruas no entorno da capela, retornando por entre as barraquinhas para abençoar seu trabalho; por fim o Pároco passou sobre o tapete e pousou o ostensório sobre o altar para que o Corpo de Cristo fosse adorado. Após a benção o ostensório foi conduzido até a Capela do Santíssimo, onde ficou exposto.

Também foram celebradas missas às 10h30, 12h, 16h e 18h. Às 10h30 foi presidida por Pe. Marcos Paulo Talon de Oliveira auxiliado pelo Diác. Sérgio Catão. Às 12h a celebração foi presidida pelo Pe. Wagner Fernandes Marques da Silva. Às 16h a Santa Missa foi presidida por Mons. Gustavo José Cruz Auler, havendo um momento de adoração e a passagem do Santíssimo Sacramento por entre os bancos abençoando todos os presentes. Por fim a celebração das 18h foi presidida pelo Pe. Glauberto Alves de Oliveira.

Durante todo o dia as barracas funcionaram atendendo a todos com deliciosas comidas e doces, brincadeiras e bebidas, além da barraca da feirinha do desapego.

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