Enquanto o Esposo dorme, a esposa se
cala. Assim, na Sexta-feira Santa a Igreja não celebra os Sacramentos.
Debruça-se totalmente sobre o sacrifício da Cruz por meio de uma Celebração da
Palavra de Deus. Neste dia, a Liturgia deseja beber diretamente da fonte. Abre
a celebração num gesto de humildade, sem música, pois é a
continuação da celebração de quinta-feira. Os ministros prostram-se em silêncio
diante do altar e, em seguida, o celebrante, sem mais, diz a oração do dia.
Segue-se a Liturgia da Palavra, onde
se destaca a proclamação da Paixão de Jesus Cristo segundo João (Jo
18,1-19,42). Nela aparece o Cristo Senhor, o Cristo Rei, o Cristo vitorioso que
vai comandando os diversos passos da Paixão. Entrega-se livremente, faz os
guardas caírem por terra e, depois de tudo consumado, entrega o espírito ao
Pai. Na morte ele é glorificado. Submete-se à morte para deixar-nos o exemplo
de reconhecimento de nossa condição humana de criaturas mortais. Na Liturgia da
Palavra, a Igreja curva-se sobre o mistério da Cruz.
A resposta é dada em três momentos.
Temos, primeiramente, a Oração universal, realmente ecumênica. A Igreja pede
que a fonte de graças que jorra da Cruz atinja a todos. Vai, então, alargando
suas intenções. Reza pelo Papa, os bispos e todo o clero, os leigos e os
catecúmenos; pela unidade dos cristãos, pelos judeus, pelos que não creem em
Cristo, pelos que não creem em Deus, mas manifestam boa vontade, pelos poderes
públicos, por todos que sofrem provações.
Tendo acolhido a todos no amor
reconciliador de Cristo, a Igreja enaltece a árvore da vida, que floriu e deu
fruto, restituindo o paraíso à humanidade. É o rito da glorificação e adoração
da Cruz, seguido do ósculo.
Finalmente, ela se atreve a comer do
fruto da árvore, o Pão vivo descido do céu, a Sagrada Comunhão como
prolongamento da Missa da Ceia do Senhor.
Neste dia, novamente, não há rito de
bênção e envio. Cada participante é convidado a permanecer com Maria junto ao
sepulcro, meditando a Paixão e Morte do Senhor até que, após a solene Vigília
em que espera a ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, que
transbordarão por cinquenta dias.
Na Liturgia das Horas e na piedade
popular tem início a celebração da Sepultura do Senhor. Temos o descendimento
da Cruz, seguido da Procissão do Senhor morto, na esperança da ressurreição. Na
Liturgia das Horas, merece especial atenção a leitura patrística, em que se
narra o enternecedor diálogo entre Cristo, que desceu à mansão dos mortos, e
Adão.
A celebração foi presidida pelo Padre
Marcos Antônio Santana, auxiliado pelo Diácono Hélio Júnior.
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P.S.: Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à Santa Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, nosso coração e nossa mente ultrapassam aquele madeiro, ultrapassam o crucifixo, ultrapassam mesmo o local onde estamos, até encontrarmos com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus; é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início e final de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali; é como beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. Ao reverenciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, sabermos que foi através da Cruz que fomos salvos.
P.S.: Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à Santa Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, nosso coração e nossa mente ultrapassam aquele madeiro, ultrapassam o crucifixo, ultrapassam mesmo o local onde estamos, até encontrarmos com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus; é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início e final de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali; é como beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. Ao reverenciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, sabermos que foi através da Cruz que fomos salvos.